Coffee badging é um termo recente que consiste em que os funcionários de uma empresa, principalmente em regime de modelo hibrido de trabalho, compareçam no escritório apenas por um curto período de tempo – geralmente pela manhã – para “marcar presença fisicamente e, de seguida, voltam a trabalhar remotamente.
De que forma, este fenómeno está relacionado com as políticas de retorno ao escritório?
Esse comportamento ocorre em resposta a políticas de retorno ao escritório que exigem que os funcionários compareçam presencialmente em determinados dias, mas esses funcionários acabam por ficar no escritório apenas o tempo necessário para serem “vistos”, antes de saírem.
O coffee badging pode em alguns casos, sinalizar a insatisfação dos funcionários com as políticas de retorno ao escritório ou com a falta de flexibilidade por parte da empresa.
Quais são os desafios para as empresas em tempos de coffee badging?
O coffee badging representa vários desafios para as empresas que estão a tentar implementar ou reforçar políticas de retorno ao escritório. Esses desafios vão além da simples questão da presença física, afetando áreas como produtividade, cultura organizacional e até mesmo o relacionamento entre líderes e funcionários.
Damos alguns exemplos dos principais desafios que as empresas enfrentam:
1. Gerir a Cultura Organizacional da empresa
Se os funcionários estão apenas a “marcar presença” e não permanecem no escritório tempo suficiente para interagir com os colegas ou participarem em atividades de grupo, a cultura da empresa pode sair prejudicada.
- Desafio: Como criar um ambiente onde os funcionários queiram estar, e não apenas onde se sentem obrigados a comparecer?
2. Desconexão dos Funcionários
O coffee badging pode ser um sinal de desconexão emocional dos funcionários em relação à empresa ou às suas políticas. Os funcionários sentem que não há valor real em estarem no escritório, acabando por adotarem essa prática.
- Desafio: Como atrair os funcionários ao escritório sem impor regras rígidas que possam afastá-los ainda mais?
3. Monitorização Excessiva
Quando o coffee badging se torna comum, as empresas podem tentar combatê-lo com medidas mais rigorosas de monitorização, como sistemas de controlo de presença ou políticas mais detalhadas sobre o tempo de permanência no escritório. Isso pode levar muitas vezes à insatisfação dos funcionários e a uma sensação de controlo excessivo.
- Desafio: Como encontrar o equilíbrio entre garantir a presença e a produtividade sem recorrer a métodos intrusivos de monitorização?
4. Resistência ao Trabalho Presencial
O coffee badging é muitas vezes um reflexo da resistência dos funcionários ao retorno completo ou parcial ao escritório. Após experimentar os benefícios do trabalho remoto durante a pandemia, muitos trabalhadores valorizam a flexibilidade, o tempo poupado com deslocações e o aumento da qualidade de vida que o home office proporciona. Essa resistência pode ser difícil de superar se as empresas não oferecerem justificações convincentes ou benefícios claros para o retorno ao escritório.
- Desafio: Como lidar com a resistência ao retorno presencial e mostrar o valor real do trabalho no escritório?
De que forma as empresas podem tentar combater este fenómeno?
Para combater o coffee badging, as empresas precisam ser flexíveis, criar um ambiente atrativo e colaborativo, e manter uma comunicação clara e aberta com os funcionários. A chave é entender que forçar o retorno ao escritório sem valorizar a experiência dos funcionários pode aumentar o problema, enquanto uma abordagem mais equilibrada e inclusiva pode gerar maior adesão e presença natural.
Em suma, o coffee badging é um fenómeno que reflete as tensões entre o modelo tradicional de trabalho presencial e as novas expectativas dos funcionários em relação ao trabalho remoto e flexível. As empresas que enfrentam esse desafio precisam adotar uma abordagem equilibrada, baseada em confiança, comunicação transparente e um foco na criação de valor para os funcionários, seja no escritório ou remotamente. O sucesso dependerá da capacidade de ajustar políticas, proporcionar flexibilidade e criar um ambiente de trabalho que motive os funcionários a estarem presentes, não por obrigação, mas por escolha.